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Santiago (Chile) para Nômades Digitais

Santiago (Chile) para Nômades Digitais

By on mar 13, 2016 in Nômades Digitais, Santiago | 2 comments

Santiago, no Chile, foi nossa escolha para ficarmos um mês, pois já a conhecíamos de outras viagens, mas não tínhamos a aproveitado em sua totalidade.

A capital chilena é uma cidade bonita, organizada, com boa infraestrutura para um cotidiano de trabalho e com boas opções de lazer, ficando aos pés da Cordilheira dos Andes, que emolduram a paisagem.

Pensando em ir para Santiago? Veja a nossa experiência.

Diário Nômade de Santiago

Onde morar

Santiago é uma cidade grande da América Latina e, sendo assim, os locais mais indicados para morar são os bairros mais turísticos ou próximos ao centro. Encontramos um ótimo “apartamento inteiro” pelo Airbnb (para saber os tipos de acomodação da plataforma, leia nosso outro post) no Centro. Nas imediações haviam várias lojas, bons supermercados e algumas opções de restaurantes, bem como metrô próximo e não era longe – caminhando dava uns 20 minutos – dos pontos de interesse turístico (como o Morro San Cristóbal) e cultural (Teatro Municipal).

O apartamento era bom, bem equipado e com bom custo-benefício para um mês (U$ 780). Ele ficava em um andar alto do prédio (23°), em uma das ruas principais do bairro (Vicuña Makena), por isto não ouvíamos o barulho externo. Fique atento se você for alugar algo em andares mais próximos à rua, o som constante do tráfego pode incomodar, pois na região há hospitais, universidades, várias salas comerciais e muito movimento durante todo o dia.

Alugamos o apartamento no Centro pelo mês inteiro e íamos para Mendoza/Argentina na sequencia. Mas, o inverno chegou, a neve caiu e fechou nossa passagem pelo Paso de Los Libertadores.

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Com o contratempo, tivemos que procurar outro apartamento para uma semana adicional na capital chilena, pois onde estávamos já estava reservado. Imprevistos acontecem… O outro apartamento que encontramos era lindo, completinho e super aconchegante. Ele ficava no bairro Las Rejas, mais distante dos pontos turísticos, mas tinha o metrô na frente do prédio! Era um pouquinho mais caro (cerca de $1.000 na época), mas pela qualidade, se tivéssemos o encontrado antes, talvez tivéssemos ficado o tempo todo nele.

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Conectar-se

Telefonia Móvel

São três principais empresas telefônicas em Santiago. A Claro, velha conhecida dos brasileiros, a Movistar e a Won – que se apresenta como “revolucionária” e quer inovar a telefonia por lá. Não muito diferente do Brasil, todas apresentam um índice enorme de reclamações, então fica difícil escolher. Como turista, você pode comprar um cartão pré-pago SIM com internet em qualquer loja, basta apresentar o passaporte. Porém, não foi muito fácil encontrar o dito do chip. Apenas em uma loja do calçadão no Centro que encontramos uma Claro com o SIM pré-pago disponível. Então, foi este que compramos. O preço pago pelo chip foi 3000 Pesos Chilenos (cerca de $ 4.50 dólares), porém tivemos que recarregá-lo para utilizar a internet: mais 5000 pesos chilenos (quase $ 7.50 dólares). Como não foi preciso utilizar tanto o 3G, a recarga durou pelo mês todo.

A conexão via 3G era muito ruim, mesmo no centro da cidade ou em casa. Lenta e cara, porém dava para utilizar para emergências. Skype e Whatsapp nem sonhando que funcionava para voz. Não sabemos se o sinal de outras operadoras é melhor, mas a da Claro deixou muito a desejar no plano disponível no nosso chip. Talvez tenham outras opções e é bom consultar antes de comprar.

Wi-Fi

Em ambos apartamentos que alugamos a internet era boa, com velocidade de 8,5 Mb de download e 1,8 Mb de upload, respectivamente.

Não tivemos a necessidade de utilizar wifi em locais públicos, mas testamos em alguns fast foods e no metrô e todos foram bem ruins, suficientes para abrir um e-mail e pronto. Em algumas estações do metrô encontramos pontos de conexão, como o abaixo, onde o sinal era melhorzinho, mas não ótimo.

Trabalhando

Coworking

Como trabalhamos em casa, não procuramos espaços de coworking em Santiago, mas havia alguns nômades na cidade que sugeriram um espaço: El Golf – não conhecemos e só encontramos informações de planos mensais.

O mapa abaixo, retirado do site coworkingmap.org mostra onde estão localizados os espaços de coworking em Santiago, praticamente todos na Providencia, com exceção do espaço UC San Joaquín, que fica no Centro de Inovação da Universidad Católica, Macul.

Quer saber mais sobre como funciona um coworking? Leia aqui.

Deslocamentos

Santiago é grande e para vários pontos da cidade é necessário pegar transporte público ou táxi. Chegamos super cansados na cidade e não encontramos informações sobre metrô ou ônibus até o aeroporto, então resolvemos pegar um táxi. Aí cometemos um grande erro.

Sabem aquelas pessoas que ficam no desembarque oferecendo transportes e informações? Pois é. Caímos no golpe de um deles como uns patinhos.

Um moço nos ofereceu o serviço de transporte do aeroporto até o endereço do nosso apartamento pelo mesmo valor do táxi, que vimos na tabela que era 20.000 pesos chilenos (cerca de $30 dólares). Até aí ok. Aceitamos. Um outro cara veio “carregar” nossa bagagem por incríveis 10 metros (!!!) e, logo de cara, já quis cobrar propina (gorgeta). Ok, perdidos ainda na cotação lá se foram 5000 pesos chilenos (cerca de $7.50 dólares). O transporte foi tranquilo até a hora de cobrarem. Descemos, demos os 20.000 pesos chilenos combinados e eles começaram a nos cobrar 20.000 por pessoa!! Aí, discutimos com o moço e ele ‘deixou’ pelo valor combinado. Esta desonestidade é de estressar qualquer visitante!

Na volta, descobrimos que tem um ônibus da TurBus que faz a linha do Terminal Rodoviário Alameda e do Pajaritos até o Aeroporto, passando pela última estação de metrô. Custa 1700 pesos chilenos por pessoa (cerca de $2.50 dólares) e sem desonestidade! Falha nossa com certeza. Mas, vale o relato para ficarem atentos sempre! Nada de chegar cansado e sem informação prévia.

Tirando nossa chegada confusa, o restante foi tranquilo. Na cidade o trânsito é intenso, mas os motoristas respeitam as faixas de pedestres. Então é ótimo e seguro circular a pé.

O metrô tem uma rede muito boa e não é muito caro. Cada bilhete custava 1320 pesos chilenos ($ 1.98 dólar), mas dava para ter comprado a Tarjeta bip!, que dá desconto. Como não andamos muito, preferimos os tickets avulsos. Lembramos sempre que o cartão bip! precisa ser validado nas máquinas dos ônibus e metrôs!

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Ah, só não tentem pegar o metrô no horário de rush (próximo às 9h da manhã e às 17h da tarde). Impossível entrar nos trens e a espera é grande…

Já o deslocamento para os pontos turísticos distantes, como Valle Nevado e Vinícolas, não encontramos muitas informações de transporte público, apenas as vans de agências particulares, que sempre oferecem pacotes fechados aos turistas. Optamos pela alternativa de contratar apenas o transporte coletivo que saía da própria agência (estas vans a partir da agência geralmente são pegos pelo pessoal que vai esquiar quase diariamente), o que barateia o passeio. O transporte foi pela SkiTotal e custou 15000 pesos chilenos por pessoa (cerca de $22.50). A van sai diariamente às 8h de Santiago e às 17h do Valle Nevado.

Como já tínhamos conhecido o Valle Nevado, optamos por ficar em Farellones e pensamos em brincar apenas no parque. Mas, quando chegamos pela manhã estava sem nada de neve.

Então, fomos fazer uma trilha e subir até La Parva a pé. No meio do caminho começou a nevar e o espetáculo foi incrível! Nossa primeira trilha na nevasca e muitos cenários lindos pelo caminho! Vale muito o passeio!

Na volta, a vila de Farellones estava assim. Um charme…

Para quem está programando ir para Viña del Mar e Valparaíso, também não é necessário pegar pacotes turísticos. Há ônibus de 20 em 20 minutos saindo do Terminal Central de Santiago, sendo que a principal companhia que faz o trajeto é a TurBus (a mesma que faz a linha para o aeroporto). A viagem até o litoral dura quase 2 horas. Chegando nas cidades há ônibus fáceis para qualquer ponto turístico e também os táxis não são caros. Falamos mais de Viña del Mar em outro post.

Na cozinha

Santiago nos surpreendeu negativamente na culinária. Supermercado com itens caros e de qualidade mediana.

Nos restaurantes turísticos há boas opções, entretanto os preços são mais altos. Pertinho de casa, no Centro, encontramos um restaurante bem caseiro, onde o pessoal da região ia almoçar. Super barato e com comida bem gostosa. Eles também tinham o menu do dia por 3000 pesos chilenos (cerca de $4.50 dólares), que incluía entrada + prato principal + bebida (refri ou água) + sobremesa. Perfeito!

Fazíamos compras no supermercado Jumbo, o melhorzinho da região, porém com produtos de qualidade baixa, sem muita variedade, e caros! Os produtos de marca própria eram terríveis! Há também o Líder– da rede Walmart – nossa segunda opção, igualmente caro e com menor variedade ainda na loja próxima de casa.

O valor médio mensal de mercado em Santiago foi de 265.000 pesos chilenos (cerca de $400 dólares) – o mais caro até agora e com o pior custo-benefício em termos de qualidade. Até os vinhos que achamos que iam ser baratos estavam caros. #tristeza!

Nossa comparação de alguns produtos básicos:

– Leite (Longa Vida 1l): 739 pesos chilenos ($1.10 dólar)
– Iogurte Poupa de Frutas (125 g): 309 pesos chilenos ($0.50 dólar)
– Presunto Cozido (250 g): 2.239 pesos chilenos ($3,40 dólares)
– Carne boi (Posta Negra 1kg): 6.290 pesos chilenos ($9.50 dólares)
– Vinho Tinto (750ml – Concha y Toro): 3.690 pesos chilenos ($5.55 dólares)
– Cerveja (Escudo 355ml): 549 pesos chilenos ($0.82 dólar)

Água

Pode-se beber tranquilamente água da torneira em Santiago só que você irá estranhar o gosto, um pouco salgado e ‘pesado’. A água tem muitos sais minerais. Deixe uma panela secar ao natural que você verá as marcas do sal que ficou. Isto não é problema, apenas um característica da água local e é própria para consumo. Como não acostumamos muito com o sabor para beber ao natural preferimos comprar água mineral engarrafada. Mas, para cozinhar, era ok.

Lavanderia

Nosso apartamento não tinha máquina de lavar roupas, mas o prédio tinha uma lavanderia. 1500 pesos chilenos para lavar (sem sabão em pó, nem amaciante) + 1500 pesos chilenos para secar (total $4.50 dólares). Logo na primeira lavagem a máquina destruiu algumas peças de roupa!

Resultado: lavei a mão em casa mesmo e só levei para secar. Não vi outros valores de lavanderias fora do prédio, pois eram longe de onde estávamos e não valia o tempo gasto.

Melhor época

Chegamos em Santiago no início de julho e não tinha chovido ainda. A poluição era intensa. Não dava para ver as montanhas dos Andes ao fundo da cidade de tanta fumaça cinza no céu. Por não estar acostumada com tal poluição, passei mal da garganta e com a respiração estranha por umas 3 semanas, até acostumar. Então, sugiro a visita em outras épocas, depois da chuva, por exemplo, que chegou lá pelo dia 15/julho. (veja fotos do antes e depois da chuva).

Antes da chuva.

Antes da chuva.

Depois da chuva.

Já a vida cultural de Santiago é ótima! Durante o ano todo Santiago tem programações, em especial no Teatro Municipal. Fomos ver uma ópera por apenas 3300 pesos chilenos!!! – tipo $5.00 dólares! Isto é sensacional, pois a mesma peça no Brasil custaria, no mínimo, uns $ 15.00. Então, vale a pena ficar de olho se você, assim como a gente, gosta de pegar um teatro, musical, ou apresentações artísticas.

Os parques da cidade também são deliciosos para passear e aproveitar os dias ensolarados, que no inverno não são muitos. O Parque Bustamante e o Parque Forestal ficavam pertinho do primeiro apartamento e nossa paradinha de vários dias para descansar a cabeça.

Há também o Parque Arauco, que fica atrás do shopping de mesmo nome. Muito gostoso para o dia-a-dia.

Outro espaço que descobrimos repleto de atividades é o Centro Cultural Palacio de la Moneda, que fica embaixo do Palácio do Governo. Estava tendo uma feira de quadrinhos em um dia e no outro havia exposições de arte. Há programações para todos os gostos, desde mostrar de cinema à exposições temporárias. Vale a pena!

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Isto tudo sem falar nos famosos Cerros (Cristóbal e Santa Lucía) e o Parque Metropolitano, no Parque O`higgins e vários outros pontos lindos da capital chilena.

Para ter mais informações de Santiago, dicas de compras, passeios, para crianças, etc, o blog Nós do Chile, da Rosi Guimarães é ótimo. Ela escreve vários itens úteis da vida da família toda na cidade. Além dela ser uma simpatia! Usem e abusem!

    2 Comments

  1. Muito bom!!!
    Ótimo post Thaisy.
    Essa caminhada na nevasca deve ter sido inesquecível.

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