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Barcelona para Nômades Digitais

Barcelona para Nômades Digitais

By on fev 10, 2016 in Barcelona, Nômades Digitais | 0 comments

Barcelona é diferente de tudo que já tínhamos visto antes. Cosmopolita, alegre, multicultural, colorida, histórica e moderna. Uma cidade incrível para morar e explorar cada cantinho.

Já éramos apaixonados pela cultura espanhola por visitar Andalucía, Castilla-La Mancha e Madrid em 2014 e, por isto, escolhemos a Cataluña como nossa morada de maio de 2015.

Muitos nômades digitais circulam por Barcelona, entretanto, é uma cidade cara para viver quando comparada a outras cidades importantes do Espaço Schengen* (para saber quais países estão no Espaço Schengen, siga até o final do post). Mesmo assim, a experiência compensa, pois sua infraestrutura para um cotidiano tranquilo é excelente, incluindo boa conexão de internet (em casa e em telefonia móvel), vários espaços coworking, maravilhosa rede de transporte urbano (metrô e trens), muitos mercados, bares e restaurantes, além da bela praia com o Mediterrâneo, e as montanhas não muito longe.

Interessado em passar um tempinho em Barcelona? Confira um pouquinho da nossa experiência.

Diário Nômade de Barcelona

Onde morar

Os bairros mais turísticos de Barcelona são os oferecem opções de moradia do tipo “apartamento inteiro” pelo Airbnb (para saber os tipos de acomodação, leia nosso outro post). La Barceloneta, El Raval, Cuitat Vella e El Gotic (foto abaixo) são os principais. Nestes bairros há vasto comércio, muitos restaurantes e bares e também estão mais próximos dos pontos de interesse turístico e cultural. Entretanto, não são baratos.

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O apartamento bem equipado e com melhor custo-benefício que encontramos em maio de 2015 foi em La Barceloneta e, mesmo assim, foi o valor mais alto de hospedagem que pagamos (U$ 1,000 – o dólar estava próximo dos R$ 3,00 na época) para um mês. Atualmente, você não encontra apartamentos inteiros por menos de U$ 1500 para um mês (nunca esqueçam que há a possibilidade de alugar um quarto inteiro ou até mesmo um quarto compartilhado, onde o valor tende a ser menor).

La Barceloneta é um bairro incrível e bastante peculiar. Ele foi construído no século 18 para abrigar os moradores do bairro La Ribera (perto do antigo porto), que tiveram suas casas demolidas para construção da Cidadela (um forte com muralhas) ordenada por Felipe V. As casas eram similares a da foto abaixo – única representante da arquitetura original.

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O bairro é triangular com ruas retilíneas, fácil de se localizar e bastante interessante. Após muitos anos e com a cidade já liberalizada politicamente, o próprio povo de Barcelona derrubou a Cidadela e a transformou no principal Parque: o Parc de la Ciutadella – que é super agradável e abriga a Cascada Monumental, obra desenhada por Josep Fontserè e tem projeto hidráulico de Antoni Gaudí!).

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Com o tempo, as casas foram ganhando novos andares e o resultado atual ficou singular e aconchegante. Considere que os apartamentos são pequenos, muitos deles reformados, mas ainda abrigados em obras seculares.

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La Barceloneta tem a movimentação constante de turistas e eles são muitos (e quando falamos muitos, são muitos mesmo!!! não apenas uma forma de expressão).

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Barcelona é conhecida por suas festas, liberdade de curtir seu estilo (e são múltiplos, com respeito para todos!!), pelas praias nudistas urbanas e por seus vários bares. Isto, é claro, atrai muitos turistas. Para se ter uma ideia, 7 milhões de turistas visitam Barcelona durante o ano – Barcelona é uma cidade pequena, que pode ser tranquilamente coberta andando a pé. O Brasil todo (e olha o tamanho do nosso País!) recebe por ano 12 milhões de turista. Então, pense em um lugar lotado de turista todos os dias. São tantos os estrangeiros que vem a cidade, que o governo local está criando leis para diminuir este número. Uma destas leis diz respeito ao aluguel de temporada.

Para alugar um apartamento em La Barceloneta o período mínimo de estadia é 1 mês (mesmo pelo Airbnb). Isto porque é preciso ‘assinar um contrato de aluguel’ com o proprietário, falando que você permanecerá residindo no local pelo período de 3 meses, mesmo que você fique apenas um mês. E isto é realmente sério, pois recebemos a visita de dois fiscais que pediram o contrato para ver se estava tudo ok. Com esta medida, o governo quer diminuir o aluguel de temporada curta (um final de semana, por exemplo), devido a casos como este abaixo, onde o pessoal exagerou na festa e na ‘liberdade’.

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Conectar-se

Telefonia Móvel

Na Espanha existem quatro principais empresas telefônicas. Você, mesmo como turista, pode comprar um cartão pré-pago SIM com internet em qualquer loja, basta apresentar o passaporte. A Vodafone e a Movistar (Telefónica) são as mais conhecidas e também consideradas as melhores em termos de telefonia e internet, seguida pela Orange (France Telecom) – a terceira maior – e pela Simyo (que não conhecemos os serviços e possuem poucas lojas).

Já havíamos testado a Vodafone em outras viagens e morando em Lisboa, portanto, não pensamos duas vezes em utilizar seus serviços novamente e foram ótimos, como o esperado. A conexão via 3G é muito boa, mesmo nos lugares mais remotos que circulamos nos arredores. O chip da Vodafone já vinha com créditos (que durou o mês inteiro) e custou 20€.

Assim como em Portugal, a Vodafone faz um bloqueio do uso do Skype via celular. Não perguntamos se havia algum plano para utilizar o Skype também, pois ficamos mais na cidade e utilizando o Whatsapp para falar com urgência com os clientes.

Wi-Fi

No apartamento que alugamos a internet era ótima, com velocidade de 40 Mbps de download e 10 Mbps de upload e muito estável.

Como tínhamos comprado um chip, não precisamos de wifi em locais públicos. Mas, testamos em alguns fast foods e cafés. A conexão pública é suficiente para responder algumas mensagens e acessar sites de notícias sem muitas imagens, mas não espere uma super velocidade e estabilidade.

Não identificamos nenhuma conexão pública oferecida pela cidade que fosse de boa qualidade e que conseguisse acessar os e-mails com rapidez, por exemplo.

Trabalhando

Coworking

Como sempre trabalhamos em casa, não procuramos espaços de coworking em Barcelona. Mas, olhando dicas da cidade, encontramos o site Barcelona Navigator, que traz uma lista de vários espaços. Veja aqui.

Passamos em frente ao MeetBCN, que possui valores mensais de 291€ para trabalho full time e de 176€ para meio período. Não sabemos se eles locam espaços por dia ou semanal. Também encontramos o ATTA33 (foto abaixo), que possui plano diário a 13€ + IVA.

Os planos, geralmente, incluem o espaço físico (uma mesa), internet wifi, uso da impressora (limitado a determinado número de cópias/impressões) e uso da copa (o tradicional cafezinho).

A vantagem de trabalhar de um coworking é ter contato com muitos empreendedores, outros nômades digitais e profissionais locais, ampliando o networking.

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O mapa abaixo, retirado do site coworkingmap.org mostra onde estão localizados os espaços de coworking em Barcelona.

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Quer saber mais sobre como funciona um coworking? Leia aqui.

Deslocamentos

Barcelona é uma cidade pequena, por incrível que pareça. Fizemos quase todos os passeios a pé e chegamos às fronteiras com as cidades vizinhas sem muito esforço.

O trânsito, por mais intenso, é tranquilo, onde há respeito entre pedestres e veículos, com uma exceção ou outra quando se trata das bicicletas. Elas são muitas circulando pelas ‘ciclovias‘, que nada mais são que espaços demarcados nas calçadas, fazendo uma divisão com os caminhantes – não um espaço a mais e exclusivo para elas. Então, é preciso ter cuidado que com as tais magrelas.

Nunca pegamos táxi na cidade, pois a rede de trens e metrô é ótima. Desde o aeroporto há opções para chegar a todos os pontos da cidade, inclusive para cidades vizinhas.

Uma ótima opção para ter descontos na tarifa é comprar o cartão T10 Transport Ticket (foto abaixo) que dá direito a 10 viagens dentro da região de Barcelona (a Zona 1).

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Com o T10 você anda de metrô, ônibus e trens na Zona 1, que é super abrangente (veja a imagem abaixo ou clique aqui para baixar o mapa em pdf, disponibilizado pelo mapametrobarcelona.net). Com o cartão você circula em todos os pontos turísticos urbanos da cidade.

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Pagamos 9,95€ no cartão, que pode ser comprado nas máquinas disponíveis em todas as estações (o ticket single custava 2,15€).

Já para ir visitar os pontos turísticos famosos e mais distantes, como Monastir de Montserrat (fotos abaixo), é preciso comprar outra passagem, com tarifação diferente. No exemplo de Montserrat, ida e volta (sem o trem cremalheira para subir ao mosteiro) ficou em 10,20€.

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Na cozinha

A Espanha é um país sensacional quanto à gastronomia. Assim como Portugal, qualquer restaurante “de beira de estrada” serve refeições maravilhosas. Mas, pelo preço é inviável todo dia e cozinhamos em casa mesmo.

Há centenas de restaurantes em Barcelona e, obviamente, os da área turística são mais caros. Andando pela cidade, encontramos o menu do dia por 15€, aquele que inclui entrada + prato principal + bebida (vinho, cerveja ou água) + sobremesa ou café, o dobro quando comparado a outras cidades da região.

Fazíamos compras em um mercado excelente chamado Eroski. Ele fica dentro do Mercat de la Barceloneta e foi o mercado com melhor custo-benefício que encontramos, principalmente pelos produtos de marca própria. Há também o Dia% e o Carrefour, mas são menores, sem tanta variedade e preços mais altos.

O valor médio mensal de mercado em Barcelona foi de 300€. Os vinhos e os presuntos crus chamam atenção pela excelente qualidade e baixo preço, afinal, os ‘tapas’ são do dia-a-dia de qualquer espanhol e não poderiam ser caros.

Nossa comparação de alguns produtos básicos:

– Leite (Longa Vida 1l): 0,71€
– Iogurte Poupa de Frutas (125 g): 0,92€
– Presunto Cozido (150 g): 1,30€
– Carne boi (vitela 260 g): 2,50€
– Vinho Tinto (várias marcas 750ml – principalmente um de mesa Los Molinos): 1,70€
– Cerveja (Estrella Galicia 355ml): 0,35€

Água

A água da torneira em nosso apartamento em La Barceloneta era salobra e tinha um gosto ruim (o apartamento tem um encanamento bastante antigo, talvez por isto do gosto). Portanto, tivemos que comprar água engarrafada para beber. Depois, descobrimos que as fontes de água da rua do bairro tinham gosto normal e passamos a utilizá-las sem problemas.

Lavanderia

Nosso apartamento tinha máquina de lavar roupas e não foi preciso utilizar lavanderia. Mas, para dar uma ideia de valores, a mais próxima de casa que encontrei tinha preço médio de 12,00€ para utilizar a máquina de 11 kg de roupa, incluindo sabão em pó, e mais 8€ para deixar e pegar outra hora.

Melhor época

Não tem tempo ruim em Barcelona. A cidade é linda e agitada o ano inteirinho. Mas, devido às praias, claro que o verão é alta temporada, fazendo os preços subirem ainda mais. Para quem não gosta de calor e festas constantes (nas ruas também!), evite ir nos meses de julho e agosto.

Fomos na época de primavera. O clima estava ótimo, já dava para pegar praia e tinha intensa programação de festas e festivais.

Participamos da tradição dos Cors Muts, que é a comemoração da ‘Pasqua Granada’ ou Pentecostes. Antigamente, os moradores do bairro de La Barceloneta (portuário) passavam horas nas tavernas e criaram um movimento musical. A partir de 1860 foram surgindo os grupos que saíam tocando (sem cantar – por isso o nome Corais Mudos) e desfilando com suas ferramentas de trabalho. A tradição pegou.

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Eles começam a festa no sábado pela manhã e somem depois das 12h. Voltam na segunda, a partir das 17h. Atualmente, são 28 grupos, mais de 1500 pessoas, que tocam e desfilam pelo bairro todo, parando nas principais tavernas existentes. Uma festa animadíssima que vai até meia noite… E o melhor: deixa a segunda-feira uma delícia!

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Ainda teríamos muita coisa para falar das atrações turísticas de Barcelona, desde as obras do incrível Gaudí, passando pelas praias, às belezas naturais do entorno da região. Mas, as atrações turísticas trataremos futuramente, em outro post!

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* O espaço Schengen é composto pelos seguintes países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Islândia, Itália, Letônia, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Noruega, República Checa, Países Baixos, Polônia, Portugal, Suécia e Suíça. Isto quer dizer que você só poderá ficar 3 meses direto neste espaço. Depois é preciso sair, ficar fora 3 meses, e só então retornar.

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